23 de janeiro de 2023

MATÉRIA DA TRIBUNA DA BAHIA TRAZ ENTREVISTA COM O PRESIDENTE DO CONSELHO

No dia 20 de janeiro, Dia do Farmacêutico, o jornal Tribuna da Bahia veiculou uma matéria de valorização à categoria farmacêutica e ainda trouxe uma entrevista com o Dr. Mário Martinelli, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado da Bahia.

O objetivo da matéria foi entender e reconhecer o papel da profissão farmacêutica, discutindo seus desafios e conquistas.

Confira abaixo o texto completo da matéria.

Fonte: Tribuna da Bahia


Dia do Farmacêutico: profissionais foram essenciais durante a pandemia

A profissão possui mais de cem possibilidades de atuação todas primando pelo bem-estar de cada indivíduo.

Tribuna da Bahia, Salvador20/01/2023 08:00
3 dias, 5 horas e 28 minutos

Foto: Romildo de Jesus


Por Lily Menezes

Nesta sexta-feira (20) é comemorado o Dia do Farmacêutico, que homenageia o profissional sempre presente no cotidiano da população em diversas frentes, seja na realização de exames laboratoriais, na orientação quanto ao acondicionamento e uso consciente dos medicamentos, na pesquisa clínica ou na Vigilância Sanitária. A data foi cogitada pela primeira vez em janeiro de 1941, pelo farmacêutico Oto Serpa Grandado, que sentiu falta de um dia especial para reconhecer e valorizar a profissão, que possui mais de cem possibilidades de atuação (135, de acordo com dados do Conselho Federal de Farmácia), todas primando pelo bem-estar de cada indivíduo.  A fundação da então Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF), em 20 de janeiro de 1916, foi crucial para fixar a data.

Uma resolução publicada pelo CFF em 1998 criou a Comenda do Mérito Farmacêutico, homenageando farmacêuticos e autoridades que contribuíram de forma significativa para a profissão. Na Bahia, a entrega da honraria foi feita na noite da quarta-feira (18), justamente como parte das ações alusivas ao Dia do Farmacêutico. De acordo com o Conselho Regional de Farmácia da Bahia (CRF-BA), a cerimônia visou parabenizar e incentivar ainda mais os profissionais que se destacam em seus campos de atuação. Assim, para entender e reconhecer o papel da profissão farmacêutica, discutindo seus desafios e conquistas, a Tribuna da Bahia entrevistou o Dr. Mário Martinelli, presidente do CRF-BA. Confira como foi a conversa:

TB: Na sua visão, qual é a principal missão do farmacêutico?

Mário Martinelli: Zelar pela saúde da população. Zelar como? Nós temos várias áreas de atuação dentro da profissão farmacêutica. Se você trabalha numa farmácia comunitária, tem essa farmácia que está pelos bairros de Salvador, pelos 417 municípios do estado da Bahia, aquele farmacêutico que trabalha naquele ambiente vai zelar orientando de forma adequada, verificando se seu medicamento não está vencido, se está armazenado e acondicionado de forma correta, orientando o paciente quanto às interferências medicamentosas, o horário correto para a utilização dele. Se ele trabalha num laboratório de análises clínicas, realizando os exames laboratoriais. Se trabalha na farmácia hospitalar, fazemos farmacovigilância, farmácia clínica, respeitando o corpo médico, o corpo clínico do hospital, indicando o melhor antibiótico,  A nossa principal missão é zelar e cuidar da saúde dos nossos pacientes.

TB: Quais foram os maiores desafios da atuação farmacêutica na pandemia?

MM: A clássica sustentação do uso desses medicamentos sem comprovação científica (a exemplo da ivermectina), da eficácia dos mesmos. Alguns médicos continuavam a prescrever. Se existe uma prescrição, cabe ao farmacêutico, claro, observar se não pode levar risco imediato de óbito. Sem sombra de dúvida, num futuro bem próximo, a gente terá um efeito rebote dessa indiscriminada toxina presente, eventos de resistência bacteriana. Tivemos também dificuldades com a falta de vacina dos farmacêuticos, que estiveram nas farmácias durante todo o horário de funcionamento de portas abertas. Foram vários desafios superados.

TB: Quais são as demandas mais relevantes da categoria nos últimos anos?

MM: Lutamos por uma remuneração digna e justa, pelo tamanho da responsabilidade hoje. A gente também precisa decididamente conseguir algo que garanta esse profissional farmacêutico no SUS (Sistema Único de Saúde), na atenção básica. Este espaço não é ocupado pelo profissional farmacêutico, e isso tem dificultado que os pacientes tenham eficácia terapêutica. Porque tem acesso ao medicamento, mas esse acesso não é qualificado, somente o profissional farmacêutico tem condições de fazer essa orientação, essa dispensação de forma correta. Então, o grande desafio da atuação farmacêutica para 2023 é consolidar o piso salarial da categoria, na luta, e tentar de alguma forma colocar esse profissional no sistema de saúde.

TB: O que você diria para alguém que escolhesse o curso de Farmácia hoje?

MM: A profissão farmacêutica tem algo em torno de 135 anos regulamentada pelo Conselho Federal de Farmácia, em que o profissional farmacêutico pode fazer o seu labor, pode trabalhar. É uma profissão que ainda está numa vertente muito positiva, com alguns nichos de trabalho, como a estética. O pessoal tem se especializado, se capacitado, e conseguido fazer um trabalho que há um reconhecimento dos pacientes, então ainda tem essas possibilidades.

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