CRF-BA CONTRIBUI COM MATÉRIA DO BAHIA NOTÍCIAS: CERCA 10% DAS FARMÁCIAS DE SALVADOR ATUAM DE FORMA IRREGULAR
Das cerca de 800 farmácias de Salvador, 96 estão atuando de forma irregular, o equivalente a 12% do total destes estabelecimentos. Os números foram obtidos durante fiscalização do Conselho Regional de Farmácia da Bahia (CRF-BA) e revelados com exclusividade ao Bahia Notícias. Os dados são referentes ao ano de 2024.
De acordo com o CRF-BA, as farmácias irregulares operam sem cumprir todas as exigências legais e regulamentares impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pelo Conselho Federal de Farmácia e por outros órgãos competentes. Entre as infrações mais recorrentes, está a falta de farmacêutico, profissional técnico responsável por estes estabelecimentos.
“É uma infração de uma lei federal, a 13.021 de 2014 ela diz que tem que ter um farmacêutico durante todo o horário de funcionamento. E a lei sanitária de 1973 também reafirma a presença desse profissional técnico durante o horário de funcionamento. A ausência desse profissional favorece o uso indiscriminado de medicamentos, que, por lei, somente o farmacêutico pode dispensar, como antibióticos, psicotrópicos e ansiolíticos”, explica o presidente do CRF-BA, Mário Martinelli.
“Quando fazemos ações em conjunto, na maioria das vezes encontramos medicamentos vencidos, medicamentos falsificados, medicamentos de descaminho, aqueles sem comprovação de nota fiscal. Então é um sério risco sanitário que a população corre quando se dirige a um estabelecimento desse e adquirir um medicamento sem que tenha um farmacêutico para validar o transporte, o acondicionamento e a dispensação de forma orientada”, acrescentou Martinelli.
Para o presidente do CRF-BA, a falta do profissional torna fácil o acesso a medicamentos que só podem ser adquiridos com receita médica, a exemplo dos remédios tarja preta. Ele alerta que o uso indiscriminado pode levar a sérias consequências.
“A gente vê todos esses crimes bárbaros que estão acontecendo, como feminicídio, violência doméstica, porque a maioria dessas pessoas utilizam essa classe de medicamento associada ao álcool. O que provoca reações adversas, como confusão mental”, advertiu.