CONHEÇA A TRAJETÓRIA PROFISSIONAL DA DRA. MARIA CLARA QUE ATUA COM A ATENÇÃO À SAÚDE DE PESSOAS IDOSAS EM CONQUISTA
A Dra. Maria Clara Costa diz que sempre teve um desejo intenso de atuar em uma profissão ligada à saúde para contribuir com o bem-estar das pessoas. E foi ao escolher ser farmacêutica que pode se sentir realizada.
Ela se graduou pela Faculdade Independente do Nordeste (Fainor), em 2023. É especialista em Farmácia Clínica Hospitalar e Prescrição Farmacêutica e em Gestão em Saúde Pública. Atualmente é mestranda em Assistência Farmacêutica pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), com linha de pesquisa voltada para as “Condições crônicas não transmissíveis em pessoas idosas”.
Além da inspiração já mencionada para seguir na profissão farmacêutica, a Dra. Maria Clara também teve dois exemplos marcantes de profissionais em sua família, mais precisamente os seus primos Daiana e Rodrigo, ambos bioquímicos.
“Ambos são extremamente realizados e se destacam como referências na região do município de Jaguaquara. Hoje estão ampliando o laboratório de análises para torná-lo uma clínica multiprofissional, oferecendo exames e serviços que só eram possíveis de serem realizados em cidades de grande porte”.
Atualmente, a Dra. Maria Clara atua na Secretaria Municipal de Saúde de Vitória da Conquista, como coordenadora da Área Técnica da Saúde do Adulto e do Idoso, do Programa Municipal de Atendimento ao Idoso com Limitação e da Equipe de Consultório na Rua na Diretoria de Atenção Básica, que atende pessoas em situação de rua.
Durante sua trajetória acadêmica, dedicou-se aos estudos na área da Assistência Farmacêutica, com um olhar especial para o cuidado de pacientes com condições crônicas.
“Essa escolha me proporcionou um contato mais próximo com a população idosa, que frequentemente convive com múltiplas comorbidades. Através dessa experiência, pude observar de perto as necessidades específicas desse grupo e o impacto que a atuação do farmacêutico clínico pode ter na sua qualidade de vida”.
Ainda na graduação, em especial no estágio na Assistência Farmacêutica de Vitória da Conquista, teve a oportunidade de vivenciar na prática a importância do cuidado farmacêutico para a população idosa. Foi ao realizar atendimento clínico supervisionado, dispensação de medicamentos e, de insumos no programa de automonitoramento glicêmico.
De acordo com a farmacêutica, a experiência de lidar com as necessidades específicas da população idosa, como a polifarmácia e as dificuldades de adesão ao tratamento, lhe proporcionou um crescimento profissional significativo e solidificou o seu desejo de seguir pesquisando e trabalhando neste campo.
“Pouco tempo após concluir a graduação, recebi o convite para assumir a coordenação, essa nova etapa permitiu-me expandir meus conhecimentos e contribuir ativamente para o desenvolvimento de estratégias, monitoramento e avaliação de ações voltadas para a saúde da população idosa”.
Segundo a Dra. Maria Clara, a adesão aos tratamentos prescritos é um desafio constante, especialmente para a população idosa, que frequentemente convive com múltiplas doenças e utiliza diversos medicamentos. Ela explica que, nesse contexto, o cuidado farmacêutico se mostra fundamental. Afinal, o farmacêutico clínico tem a oportunidade de acompanhar o paciente de forma longitudinal, realizando a conciliação medicamentosa, o monitoramento da terapia e a educação em saúde.
“Essa abordagem, aliada a uma comunicação clara e empática, permite identificar precocemente os problemas relacionados aos medicamentos, como interações e efeitos adversos, e promover a adesão ao tratamento, contribuindo significativamente para a melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa”.
Sobre as estratégias podem ser adotadas pelos farmacêuticos para evitar o uso inadequado de medicamentos entre a população idosa, a especialista declara que esse profissional desempenha um papel fundamental no que se refere à prevenção.
Segundo ela, entre as atribuições dos farmacêuticos nesse sentido estão: realizar a conciliação medicamentosa, oferecer orientação individualizada, promover a adesão ao tratamento e colaborar com a equipe multiprofissional.
“Assim, contribuímos para a melhoria da qualidade de vida e da segurança dos nossos pacientes. Vale ressaltar que a prevenção do uso inadequado de medicamentos em idosos é um desafio complexo que exige a atuação integrada de diversos profissionais da saúde e a participação ativa do paciente e de seus familiares”.
Para a Dra. Maria Clara, entre os pilares do cuidado farmacêutico está a personalização da terapia medicamentosa para os idosos. A farmacêutica destaca que, por suas características fisiológicas e pela frequência de comorbidades, os idosos exigem uma atenção especial na prescrição e acompanhamento farmacológico.
Segundo ela, o cuidado farmacêutico envolve um conjunto de ações que visam otimizar a terapia medicamentosa, promovendo a saúde e a qualidade de vida dos pacientes. Ao personalizar o tratamento, o farmacêutico leva em consideração as particularidades de cada indivíduo, como por exemplo: idade, peso, função renal e hepática, histórico de doenças e alergias, além da interação com outros medicamentos.
“E para além destas considerações, o profissional há de buscar o desenvolvimento do olhar e acolhimento de todo o contexto social que o idoso e sua família vivem e tem acesso. Os múltiplos determinantes sociais impactam diretamente em toda a estrutura do cuidado e adesão de qualquer terapia, seja ela medicamentosa ou não”.
Como farmacêutica, a Dra. Maria Clara afirma acredita que o trabalho realizado com uma equipe multiprofissional é fundamental para garantir um cuidado integral e de qualidade aos nossos pacientes idosos.
“A sinergia entre os diferentes profissionais da saúde, como médicos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas, é essencial para otimizar os resultados terapêuticos e melhorar a qualidade de vida dos idosos. O compartilhamento do cuidado permite que cada profissional contribua com seus conhecimentos e habilidades específicas, complementando as ações dos demais”.
Sobre o que se refere à Farmácia Clínica, a farmacêutica entendo tratar-se de um recurso indispensável para garantir o bem-estar da população idosa, especialmente em um cenário de crescente envelhecimento populacional.
“A complexidade das necessidades de saúde dessa população, marcada pela polifarmácia e pelas comorbidades, exige uma abordagem individualizada e multidisciplinar, na qual o farmacêutico desempenha um papel fundamental”.
Quanto aos principais desafios encontrados nessa área, o Cuidado Farmacêutico ao idoso demanda uma abordagem holística e individualizada, capaz de superar os complexos desafios inerentes ao envelhecimento. Dentre eles, destacam-se a polifarmácia, as alterações fisiológicas, as dificuldades de comunicação, a não adesão ao tratamento, o reconhecimento profissional limitado e a necessidade de uma atuação multiprofissional.
“Para assegurar um cuidado de qualidade, é fundamental construir uma relação de confiança com o paciente, otimizar a terapia medicamentosa, promover a educação em saúde e fortalecer a integração com outros profissionais da equipe de saúde”.
De acordo com a farmacêutica, a maior recompensa, quando se atua de forma direta com os pacientes idosos, é a construção de relação, confiança, troca de experiências e saberes.
“Ver a gratidão nos olhos de um paciente que compreende a importância do seu tratamento e a satisfação de contribuir para um envelhecimento mais saudável e ativo são as verdadeiras recompensas dessa área de atuação da nossa profissão. Receber feedbacks positivos, isto considerando a fala dos familiares e dos próprios pacientes, seus novos parâmetros clínicos, fisiológicos e bioquímicos, que demonstram também na prática uma melhoria na vida desses indivíduos, não tem preço”, conclui.