ESTUDO REVELA DESAFIOS NO ACESSO A MEDICAMENTOS PARA PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS EM SALVADOR
Um estudo realizado na Atenção Primária de Saúde da capital baiana revelou que apenas 67,1% dos pacientes com Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como diabetes e hipertensão, conseguem acessar os medicamentos necessários para o tratamento. Esse índice está abaixo da recomendação da OMS, que estabelece uma meta de 80% de disponibilidade de tecnologias básicas e medicamentos essenciais para o controle dessas doenças.
O estudo, realizado entre janeiro de 2019 e março de 2020, apontou que fatores como idade, condição socioeconômica e localização geográfica têm um impacto significativo nesse acesso. Os dados mostram que pessoas com 60 anos ou mais encontram menos dificuldades para obter seus medicamentos, enquanto indivíduos sem companheiros e aqueles que enfrentam barreiras para chegar às unidades básicas de saúde (UBS) relatam maior dificuldade no acesso.
Esses achados reforçam que, apesar dos avanços na Assistência Farmacêutica nos últimos anos, ainda há desafios na distribuição de medicamentos para esse público na capital baiana. A pesquisa também se destaca por adotar a perspectiva dos próprios usuários do sistema de saúde, trazendo insights importantes sobre as dificuldades enfrentadas no cotidiano.
Os resultados indicam a necessidade de estratégias mais eficazes para garantir que todos os pacientes com DCNT tenham acesso contínuo e facilitado aos medicamentos, promovendo um atendimento mais inclusivo e eficiente.
O estudo foi conduzido pelos pesquisadores Maria Fernanda Barros de Oliveira Brandão, Jaqueline Jesus dos Santos Cruz, Paulo Sérgio Dourado Arrais, Helena Maia e Patrícia Sodré Araújo, e pode ser acessado no link: https://revistasaudecoletiva.com.br/index.php/saudecoletiva/article/view/3246/4227
A realização de estudos como esse é fundamental para embasar ações do CRF-BA na defesa da Assistência Farmacêutica e no fortalecimento do papel do farmacêutico na Atenção Primária à Saúde. A partir de dados concretos, o Conselho pode atuar junto às autoridades e gestores para buscar soluções que ampliem o acesso a medicamentos e melhorem a qualidade da assistência aos pacientes.
