21 de agosto de 2024

MPOX: O QUE TODO FARMACÊUTICO PRECISA SABER

É fundamental para o profissional farmacêutico estar bem informado sobre a Mpox para orientar os pacientes sobre prevenção, manejo dos sintomas, realização de encaminhamentos e notificação dos casos à vigilância epidemiológica.

Em 2024, foram notificados 709 casos confirmados ou prováveis, número significativamente menor em comparação aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da doença no Brasil. Desde 2022, foram registrados 16 óbitos, sendo a morte mais recente em abril de 2023.

Na Bahia, em 2024, foram confirmados 38 casos.

O que é Mpox?
A Mpox é uma doença causada pelo mpox vírus (MPXV), do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. Trata-se de uma doença zoonótica viral.

Transmissão
A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com uma pessoa infectada pelo mpox vírus, materiais contaminados com o vírus ou animais silvestres (roedores) infectados.

Qualquer pessoa está suscetível ao vírus, sendo que a transmissão da Monkeypox pode ocorrer por meio de:

  •  Contato com a pele de pessoas doentes (como um simples toque ou um abraço, por exemplo);
  •  Contato com as secreções de pessoas doentes como saliva, muco nasal, fluídos corporais em geral, suor e sangue;
  •  Contato com as gotículas expelidas durante a respiração;
  •  Contato pela manipulação de objetos e superfícies contaminadas com secreções de indivíduos doentes, como lençóis, roupas e banheiros.

Profissionais de saúde, membros da família e outros contatos próximos de casos ativos apresentam maior risco de infecção. Pode haver também transmissão vertical transplacentária, durante o parto ou por contato próximo após o nascimento.

O período infeccioso pode variar, mas geralmente os pacientes são considerados transmissíveis até que as lesões da pele tenham crostas. As partículas virais podem se dispersar no ar e ser inaladas, pousar na pele ou nas membranas mucosas e levar à transmissão e infecção

Sintomas
Os sinais e sintomas, em geral, incluem:

  • Erupções cutânea ou lesões de pele
  • Adenomegalia – Linfonodos inchados (ínguas)
  • Febre
  • Dores no corpo
  • Dor de cabeça
  • Calafrio
  • Fraqueza

Na maioria dos casos, os sintomas do mpox desaparecem em algumas semanas. No entanto, em algumas pessoas, especialmente imunocomprometidos, crianças e gestantes, os sinais e sintomas podem levar a complicações e até à morte.

Manejo e Tratamento
Atualmente, o tratamento dos casos de mpox tem se sustentado em medidas de suporte clínico com o objetivo de aliviar sintomas; prevenir e tratar complicações e evitar sequelas. A maioria dos casos apresenta sinais e sintomas leves e moderados. Até o momento, não se dispõe de medicamento aprovado especificamente para mpox.

Prevenção
A principal forma de proteção contra o mpox é a prevenção. Assim, aconselha-se a evitar o contato direto com pessoas com suspeita ou confirmação da doença. E no caso da necessidade de contato (por exemplo: cuidadores, profissionais da saúde, familiares próximos e parceiros, etc.) utilizar luvas, máscaras, avental e óculos de proteção

Diagnóstico
O diagnóstico é realizado de forma laboratorial, por teste molecular ou sequenciamento genético. O teste para diagnóstico laboratorial será realizado em todos os pacientes com suspeita da doença.

Notificação
A Portaria GM/MS nº 3328, de 22 de agosto de 2022 estabelece a obrigatoriedade de notificação imediata, em até 24 horas dos casos da doença mpox. A notificação pode ser realizada pelos profissionais de saúde de serviços públicos ou privados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação – e-SUS Sinan.

O CIEVS-BA pode ser contatado através de:
Telefone: (71) 99994-1088 | (71) 3115-4342

Qual a diferença entre diferença entre o mpox e a varíola humana?
A varíola humana é causada por outro vírus, o Variola virus, e foi declarada erradicada pela OMS em 1980. A varíola humana também possui maior taxa de mortalidade, de 30%, enquanto o mpox vírus possui taxa de mortalidade em áreas endêmicas que variam de 0 a 11%, e em países não endêmicos (como o Brasil), a taxa de mortalidade é de 0,022%.

Para saber mais
Webnário SVSA: Situação epidemiológica e resposta à mpox no Brasil (2024). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=CpFyAtwZBWA
Monkeypox: uma abordagem geral para profissionais de saúde – https://www.unasus.gov.br/cursos/curso/46833
Capacitação sobre Vigilância e Contágio da Monkeypox – http://cead.fvs.am.gov.br:84/enrol/index.php?id=38


Referência:
Ministério da Saúde. Mpox. Perguntas Frequentes. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/mpox/faq

Erica Telford, Eric D’Ortenzio, Yazdan Yazdanpanah, Um segundo surto de varíola no Brasil: um apelo à ação para garantir a equidade no acesso às inovações em saúde, Doenças Infecciosas Clínicas , 2024;, ciae292, https://doi.org/10.1093/cid/ciae292

SESAB. Boletim Epidemiológico Bahia – Monkeypox (infográfico) – Até a semana epidemiológica 32 | 2024. Disponível em: https://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2024/08/Infografico_MP_SE-32.2024.pdf

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